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Diretor da UFRGS diz que água passou pelo Muro de Mauá "por falta de manutenção"

Joel Goldenfum, que chefia o Instituto de Pesquisas Hidráulicas da universidade federal, explicou o funcionamento do sistema de proteção e pontuou as falhas que ocorreram recentemente

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O diretor do Instituto de Pesquisas Hidráulicas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Joel Goldenfum, participou do Jornal BandNews FM na manhã desta segunda-feira (6)  explicou o funcionamento do Muro de Mauá, um dique de concreto fixo e armado com o objetivo de prevenir que uma alta nas águas do Rio Guaíba possam invadir a capital gaúcha, Porto Alegre.

De acordo com o especialista, o sistema de proteção é mais complexo do que um simples "muro". Com uma extensão de 68 quilômetros de diques - obra hidráulica para manter porções de terra secas pelo represamento de águas correntes -, o sistema possui uma altíssima nota de proteção e também conta com comportas e sistemas de bombeamento.

"O objetivo desse sistema é proteger e não deixar a água entrar, só que houve falhas e problemas com as partes móveis do sistema, as comportas e as estações de bombeamento a partir desse volume grande de água. Esse desague nem sempre é tão fácil. Houve problema de vedação de comporta, houve comportas que não resistiram à pressão. Então acabou que a água, que deveria ter ficado no sistema de proteção, no muro e os diques, deveria ter ficado do "lado de lá", a água passou para o lado da cidade. Chegamos a conclusão que, em breve, possivelmente passaríamos a enchente de 1941, [com um nível de água] de 4,75 metros", explicou.

Na visão de Joel, a água não passou do Muro de Mauá por erro de sistema ou por ser mau projetado, mas sim pelos problemas graves de manutenção. "No ano passado, já observamos nas enchentes que teve em 2023, que havia problemas de vazamentos nas comportas, conhecíamos estações de bombeamento que davam problemas, era urgente a manutenção. Sem manutenção, nenhum sistema funciona. É um sistema que tem manutenção mínima. É preciso recuperar o sistema e fazer manutenção preventiva permanente", pontuou.

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