Usar maquiagem é um desejo da menina Maitê, de apenas oito anos. No arsenal de cuidados com a pele, há corretivo, máscara facial. A mãe dela, a empresária Thaís Giraldelle, critica o uso desnecessário de alguns itens.
Na internet, principalmente nos Estados Unidos, os vídeos com o chamado skincare infantil se multiplicam. Neles, aparecem crianças e adolescentes fascinadas com maquiagens e procedimentos de beleza.
Os passeios pelas lojas de cosméticos são filmados e compartilhados. Os produtos para adultos são os mais desejados.
A preocupação aumenta quando a idade diminuiu. São crianças que, cada vez mais cedo, mostram-se inquietas e aflitas com a própria imagem, uma condição que pode ser gatilho para diversos problemas ao longo do desenvolvimento.
“Essa adultização pode impactar no desenvolvimento dessa criança na construção do autoconceito dela, na construção da autoestima dela. Então, enquanto essa criança está lá [na adultização], há um monte de outras coisas, habilidades e experiências estruturantes para a construção da personalidade dela que ela está se furtando”, analisou Carla Moura, coordenadora do Grupo de Dependência Tecnológica do HC.
