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Com nova facção rival do PCC, lembre como começou conflito do grupo com o CV

Em 2016, uma tentativa de expansão de territórios da facção paulistana colocou o grupo e aliados em colisão com o Comando Vermelho, maior facção do Rio de Janeiro

Da redação

PCC e CV entraram em conflito no final de 2016
PCC e CV entraram em conflito no final de 2016
Arquivo/Band

Um conflito na alta cúpula do Primeiro Comando da Capital (PCC), considerada a maior facção do país, no início deste ano, pode ter criado um novo grupo criminoso em São Paulo: o Primeiro Comando Puro (PCP).

A informação circula entre agentes do Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), unidade da Polícia Civil do estado. 

O principal articulador do grupo é Roberto Soriano, o Tiriça, ex-aliado e agora inimigo número 1 do chefe, Marco Camacho, o Marcola. 

O PCP estaria buscando alianças com o Comando Vermelho (CV), a maior organização criminosa do Rio de Janeiro e inimiga do PCC.  

PCC x CV: massacres no sistema prisional

Em 2016, uma tentativa de expansão de territórios da facção paulistana colocou o grupo e aliados em colisão com o CV e seus parceiros. O resultado foi massacres e assassinatos em presídios por todo o país.  

O primeiro conflito com mortos aconteceu em outubro daquele ano, quando uma rebelião na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo, em Boa Vista (RO), deixou 25 mortos.  

No primeiro dia de 2017, o confronto entre as organizações ocasionou o massacre mais violento da história do sistema prisional brasileiro desde a chacina do Carandiru, de 1992.  

Foram 56 presos mortos em tumulto no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj) em Manaus (AM). Integrantes do PCC entraram em conflito com membros da Família do Norte, facção aliada ao Comando Vermelho.

Foi esse episódio que gerou o maior interesse dos brasileiros pelo Primeiro Comando da Capital desde 2004, segundo análise da série histórica do Google Trends (veja o gráfico abaixo).

A ferramenta considera o volume de buscas pelo assunto realizados no país através do Google. Em comparação, o racha atual teve pouco menos da metade de interesse do que o confronto do Compaj.

A dissidência entre Marcola e Tiriça que gerou o Primeiro Comando Puro teve cerca de 20% menos atenção que os ataques do PCC de maio de 2006, em São Paulo. Na ocasião, 564 pessoas foram mortas, sendo 505 civis. Outros 110 ficaram feridos.

Origem do PCP

Tiriça e dois aliados, Abel Pacheco, o Vida Loka, e Wanderson de Lima, o Andinho, foram expulsos do PCC por Marcola, após acusarem o líder da facção de delação.

Uma conversa do líder do PCC com um agente penitenciário, em que chama Tiriça de "psicopata", foi usada em um julgamento que terminou com a condenação do membro do grupo criminoso a mais 31 anos de cadeia.  

Marcola, por outro lado, acusou Tiriça e os dois amigos de traição e os expulsou do PCC. Até agora, ao menos três integrantes do alto escalão foram executados e outros desapareceram. 

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